NOSSAS ALMAS SÃO COMO CORÇAS, NÃO CAMELOS!!
- DantheMosqueira
- 24 de jan. de 2021
- 5 min de leitura
Sou uma pessoa extremamente reflexiva, e quando algo me chama atenção (Seja uma passagem, uma frase, um texto ou qualquer outra coisa que possa ter um significado além do que estamos ouvindo), confesso que consigo ficar horas e horas meditando a respeito disso. Sinceramente, considero uma grande qualidade, porém, sem uma vida de oração e leitura da palavra de forma regular, pode vir a ser um grande prejudicial. Por isso, vigilância é fundamental, pois o que está em nossas mentes, também é o que ocupa os nossos corações, podendo, portanto, trazer consequências boas ou más para as nossas vidas e para todos ao nosso redor, até porque sabemos que uma mente sã, traz uma vida saudável, mas uma mente doente, dor e sofrimento.
Diante disso, uma passagem me chamou muita atenção enquanto eu ouvia a música “Aquieta minh’alma” do Ministério Zoe. É esta: “Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus.” (Sl 42:1). Primeiramente, o que me alerta, ainda mais nos salmos, é a grande quantidade de metáforas existentes, e, não somente isso, mas também as metáforas em si, que trazem em si mesmas significados extremamente profundos, como se cada letra, cada palavra, cada versículo e cada capítulo trouxesse dentro de si uma mina de diamantes, que quanto mais cavamos, mais diamantes encontramos. Mas existem diferenças dessa mina para as outras. Particularmente, vejo duas em si:
1 - A primeira delas é que quando cavamos essa mina, na verdade não estamos cavando. Pelo contrário, não estamos fazendo nada, porém há uma força motriz (produtora de movimento) em nós, impulsionando-nos a cavar toda a terra existente. Desse modo, o que eu concluo é: Quem realiza o esforço não sou eu, mas a força, e a força é Deus, sou apenas o canal. Isto é, não conseguimos revelações da palavra de Deus com a força da nossa mente, mas por causa da iluminação do Espírito Santo que abre os olhos do coração.
2 - Além do que foi considerado anteriormente, vejo também o fato de que esses diamantes são infinitos. Diferentemente das outras minas, na mina de Deus, quanto mais diamantes encontramos, mais eles aparecem a nós. Porém, há uma condição: Temos que permitir que essa força atue em nós. Ou seja, cavar a mina, significa o que fazemos através da nossa submissão a Ele, que vem relacionamento com Deus e, com isso, quanto mais nos relacionamos, permitimos que a força motriz Dele atue em nós e, desse modo, os olhos do coração são abertos e as revelações (ou diamantes) vêm juntas.
Agora, parto para o versículo que me chamou atenção. Em um primeiro plano, é apenas mais uma metáfora. Porém, assim como todas as outras, traz dentro de si um significado maior do que quando lemos com os olhos, porém, quando lemos com os olhos do coração, as coisas aparecem, e vemos, mais uma vez, toda a inteligência de Deus fluindo através da palavra Dele, como se fossem águas correntes passando por uma folha de papel que nunca molha.
Enfim, analisando a passagem, concluímos, que o autor (os filhos de Corá) estabelece uma comparação entre o fato das corças ansearem pelas águas correntes na mesma medida em que suas almas anseiam por Deus. Diante disso, para entender essa passagem, devemos saber, além de tudo, que a bíblia é a palavra de Deus e, por isso, temos a certeza de que nada do que foi escrito é em vão, mas que há um significado para tudo, inclusive para as inúmeras metáforas dos salmos (Ainda mais nelas!!). Então, de uma forma clara, ao pesquisarmos a respeito da vida das corças, compreendemos a comparação implícita.
As corças são animais desérticos, mas, diferentemente dos camelos, por exemplo, que conseguem absorver muita água e, com isso, podem ficar vários meses sem ela, esses animais, que parecem renas, não podem. Na verdade, quando ficam muito tempo sem contato com a água, liberam um odor, e esse odor, é sentido pelos seus predadores, tornando-as em presas fáceis para os seus inimigos. Essa é a primeira comparação:
A água corrente é Deus;
ir até a água significa relacionar-se com Ele;
Nós somos as corças;
O inimigo é o inimigo.
Por isso, Ele não somente nos chama para o relacionamento, mas para a constância Nele. Nossas almas são como corças e não camelos, pois não podemos ter um grande momento com Deus e se sustentar através disso, mas, acredito eu, que os pequenos e mais simples momentos com Ele são os que nos trazem sustento e uma conexão mais profunda. Namoros e, posteriormente, casamentos não são sustentados com uma grande atitude, mas das pequenas. As coisas pequenas sustentam as grandes, não as grandes sustentam as pequenas (pequenas e sinceras atitudes sustentam grandes relacionamentos). Ou seja, pequenos momentos e diários com Deus, sendo INTENCIONAIS, nos trazem sustentação para enfrentar as adversidades da vida. Com isso, repito, mais uma vez: Nossas almas são como corças e não camelos, por isso, precisamos, constantemente, das águas correntes em nosso interior.
Agora, chamo atenção para isto: “Como a corça anseia por águas correntes…” (Sl 42:1). Essa pequena frase me faz atentar para algo além: As corças não anseiam por águas, mas por águas correntes. Portanto, quero fazer algumas conclusões a respeito disso: Nossas almas são como as corças, logo, assim como as corças anseiam pelas águas correntes, nós também ansiamos por elas, no caso, metaforicamente falando, o próprio Deus. Além disso, todos nós sabemos que as águas correntes (fluxo de água influenciado pela gravidade) fluem de um ponto para outro. Agora, na bíblia, o fluir da água tem a ver com a atuação do Espírito Santo em nós (“Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva" Jo 7:38). Portanto, nossas almas anseiam pela atuação do Espírito Santo. A questão é: Isso é inerente a nós ou não? É Deus quem coloca em nossas almas um desejo profundo por Ele, mas o pecado ensurdece os nossos corações? É algo para se refletir, pois não é apenas um desejo, mas um desejo específico. Pois, s eu quero uma bola e eu recebo ela de presente, eu fico feliz, mas se eu quero uma bola azul, com detalhes em branco, e eu recebo essa bola exatamente com ela é, a minha felicidade é maior. Nós somos assim, porque se eu quero apenas uma bola, pode ser qualquer uma, mas se eu quero uma bola com os detalhes que eu espero que ela tenha, é apenas aquela bola, e, como consequência disso, quando eu comparo os desejos, eu entendo que o desejo específico é maior que o desejo geral. Por isso, quando nossas almas desejam (ou anseiam) por Deus, não é apenas um desejo geral, mas é um específico. Ao meu ver, significa dizer que é somente Ele que pode sustentá-la e protegê-las dos ataques inimigos ( A água sustenta a corça biologicamente e a protege dos ataques inimigos ao impedir a liberação de odor). Ou seja, o fato das nossas almas ansearem por Deus, não é apenas o desejarem, mas é apenas Ele!
Por isso, que os nossos corações estejam sempre atentos a nossa alma, pois ela não murmura, ela grita por Deus, e as pequenas coisas possam sustentar as nossas vidas, ainda mais a comunhão com Ele. Pequenas atitudes diárias geram grandes resultados. Ser constante em Deus é um conjunto de pequenas e diárias atitudes que nos fazem alcançar o que Ele quer para nós, e uma dessas é ser uma corça que se alimenta da água como um camelo.
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